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Foto do escritorLorenna montenegro

[Festivais e Mostras] crítica: All Of Us Strangers

Atualizado: 27 de out. de 2023

2023

Reino Unido

Direção: Andrew Haigh


"Eu vou te proteger da garra da figura encapuzada, Vou manter os vampiros longe da sua porta,

O amor é a luz, assustando a escuridão"



Para a felicidade de 10 entre 10 fãs das séries Fleabag e Normal People e filmes como Aftersun, o universo cinemático Phoebe Waller - Bridge/Bridgers entrou em estado de fricção entre os corpos de Paul Mescal (ex-namorado da cantora Phoebe Bridgers) e Andrew Scott (o padre e maior crush da personagem mais famosa de PWB, a Fleabag), verdadeiros patrimônios irlandeses para a comunidade gay, cis e fanfiqueira. Ouriçados estamos e ficamos mesmo após o acender das luzes na sessão de All of Us Strangers, filme de Andrew Haigh que traz os dois atores como par romântico.


Mas vamos a história que está no cinema: Adam (Scott) é um roteirista que acabou de se mudar para um espaçoso e clean apartamento em um bairro residencial e periferico de Londres. Ele conhece o vizinho Harry (Mescal) logo nos seus primeiros dias no apartamento e o que poderia se tornar uma relação casual acaba se tornando um envolvimento profundo; os momentos de Adam e Harry são intercalados pelas visitas que o roteirista faz à sua casa de infância, onde reencontra memórias e os pais que já estão a mais de 30 anos mortos.


Acontece que, a livre adaptação do conto Strangers, de Taichi Yamada ganha pelas mãos e o olhar do cineasta Andrew Haigh uma característica transcedente, quase etérea, sendo a obra cinematográfica um estudo sobre a solidão e a saudade arrebatador. All of Us Strangers pode se configurar como um dos melhores filmes de temática "espiritualista" como Em Algum Lugar do Passado, Solaris, Ghost, Além da Eternidade ou Viver do Kurosawa.


A inspiração que Adam necessita para conseguir por suas ideias no papel e construir sua narrativa de autoficção confessional só brota quando ele se despe da couraça e deixa Harry entrar e existir ao seu lado. Scott e Mescal deixam tudo mais crível com a grande afinidade e química que possuem em cena. Sem deixar "o nó no peito surgir novamente”, experimentando a força poderosa que é o amor.


Claire Foy e Jamie Bell interpretam os pais de Adam, que convidam o filho para jantar com eles, ajudar nos afazeres da casa ou simplesmente fumar e bater papo na cozinha, como se vivos eles estivessem. Adam até leva Harry para conhecê-los mas uma virada bem construída, simples mas ainda eficaz, evita o final feliz para o roteirista. Haigh faz do seu filme, montado de uma maneira sóbria mas dirigido com muita maturidade e delicadeza, além de contar com atores impecáveis, um conto sobre o amor que ultrapassa as barreiras físicas e alimenta o espírito de um homem machucado pela vida. Apenas lindo.



Avaliação: ❤️❤️❤️❤️❤️


*o coração cheio equivale a 2 e o coração pequeno equivale a 1. A maior pontuação são 5 corações cheios.










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